domingo, 30 de dezembro de 2007

sábado, 15 de dezembro de 2007

Uma história de amor… ou uma história sobre o amor?

Texto escrito e publicado pela amiga Claudia
Blog: A Árvore de Pérola


Há um país algures na Ásia, onde até há muito pouco tempo, a vida das pessoas era baseada mais na agricultura do que em qualquer outra coisa. Naqueles tempos, o maior tesouro que um homem podia ter era uma vaca. Uma vaca produzia leite todos os dias e um bezerro todos os anos.
Portanto, se um homem quisesse casar com alguma rapariga, ele teria que oferecer uma vaca ao pai da rapariga. Claro que um homem que tivesse uma filha bonita sabia que seria um homem rico assim que a miúda tivesse idade para casar, o que acontecia aos quinze anos. E se o homem fosse sortudo o suficiente para ter duas ou mais filhas bonitas, seria de esperar ser um homem muito rico num futuro próximo. O facto é que todas as raparigas que fossem bonitas, tinham casamento garantido aos quinze anos.
Então, havia um pobre homem viúvo, que tinha apenas uma filha. Acontecia que a desafortunada rapariga era a mais feia não só da aldeia, mas provavelmente do mundo inteiro. Era era muito simpática e inteligente, mais inteligente que a maior parte das pessoas, mas ninguém queria casar com ela. Ela atingiu os quinze anos, depois os dezasseis, depois dezoito… e nada. Ela viria a chegar aos 23 anos de idade e ainda ser solteira. Solteira e triste, pois nenhum homem na aldeia se dignava a oferecer uma vaca por ela. O único homem que de facto a amava era o seu pai, que nunca se queixou da sua situação como velho viúvo e trabalhador que era.
Havia também um outro jovem, que morava na vizinhança, e que era mais ou menos da idade da rapariga - chamemos-lhe Betty. Eles conheciam-se desde crianças e eram grandes amigos. O jovem - chamemos-lhe David - não era feio mas também era solteiro. O David costumava dizer que não tinha encontrado ainda nenhuma rapariga que valesse uma vaca. Naqueles tempos, comprar uma vaca era muitíssimo caro e implicava um grande sacrifício. Entretanto, o David continuava a trabalhar na terra do seu pai e a tomar conta das vacas de outras pessoas, um serviço que era muito bem pago, por aqueles que podiam pagá-lo.
E a vida continuou, as raparigas foram crescendo e casando, e Betty chegou aos 25 anos de idade. Um dia, o David entrou em casa dela e cumprimentou muito respeitosamente o pai dela. Ele estava inusitadamente nervoso, sempre a olhar para a Betty. Em breve, saberiam porquê: o David estava a propôr casamento a ela e estava disposto a oferecer ao pai dela não uma, mas SETE vacas! O velhote quase desmaiou, mas mesmo assim, ainda perguntou à Betty se ela queria casar com o David.
Completamente apanhada de surpresa, Betty olhou muito seriamente para o David. Aquele homem era amigo dela, tinha-o sido toda a sua vida. Muitas das raparigas bonitas levavam tareia dos maridos quase todos os dias. Betty conhecia David bem o suficiente para saber que ela seria feliz com ele. Ele respeitá-la-ia sempre. Com o tempo, ela sabia que iria aprender a amá-lo. Além disso, ser-se solteira aos 25 anos de idade não era nada bom. E ele estava a oferecer SETE vacas ao pai dela! Isso faria o pai dela o mais rico da aldeia. E assim, após alguma consideração, ela aceitou.
Bem, eles casaram-se mas a população estava estupefacta. Quem seria burro ao ponto de oferecer SETE vacas por uma rapariga tão feia? Com 25 anos, ainda por cima? Toda a gente gozou com o David, dizendo que se ele queria a rapariga assim tanto, ele deveria ter dado uma vaca ao pai dela e mantido as outras seis para ele. Mas o David manteve-se indiferente àquilo tudo. Ele casou-se com a Betty e estava muito feliz por isso. Depois do casamento, eles mudaram-se para uma cidade próxima da aldeia.
Anos mais tarde, um repórter visitou a aldeia e ouviu falar sobre o gajo burro que ofereceu sete vacas pela rapariga mais feia do mundo inteiro. Ele ficou curioso com a história e perguntou onde poderia conhecer o David e a Betty. Responderam-lhe que tinha de ir até à próxima cidade e ele assim foi. O repórter encontrou-os facilmente, mas não encontrou a rapariga feia que esperava encontrar.
A Betty agora era uma mulher lindíssima, mãe de três belíssimos filhos, e tão feliz quanto uma pessoa podia ser. O repórter perguntou ao David: “Você sabe que o pessoal ainda se ri de si, lá na aldeia, por ter dado sete vacas pela Betty?”. O David respondeu: “Sim, eu sei, mas eu não me importo.”
O repórter insistiu: “Mas você poderia ter dado apenas uma vaca ao pai dela, ele tê-lo-ia aceite de igual modo.”
“Nunca seria a mesma coisa.”, explicou David, “Eu não queria uma mulher que valesse uma vaca. Eu queria uma mulher que valesse sete vacas. E a Betty é esta mulher. Eu nunca daria ao pai dela menos do que aquilo que ela merece.”
O repórter ficou tão surpreendido com a resposta do David, que publicou esta história na magazine para a qual trabalhava.
Lindo, vocês não acham?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007